A comunicação no Vitória é um problema que já não é novo, mas é um problema que se têm agravado com o passar do tempo, são cada vez mais os exemplos de uma comunicação confusa, pouco eficaz e algo amadora. No início do seu primeiro mandato, Emilio Macedo, deu até alguns sinais de ter uma preocupação evidente com a comunicação do Vitória. Na altura Emilio Macedo recuperou, bem, o jornal do Vitória e criou as condições necessárias para a criação de um novo projecto, que se viria a realizar já no final do seu primeiro mandato, a Vitória TV. Estas são duas medidas com as quais estou plenamente de acordo, eram dados, na altura, alguns sinais positivos de que havia uma preocupação com a forma de comunicar do cuble. Até aqui as coisas estavam bem e o Vitória estava no bom caminho, procurando modernizar-se e procurando ter uma política de comunicação melhor e mais eficaz. O problema é que desde de então pouco ou nada se têm feito, a comunicação está cada vez pior, a imagem que o clube transmite é cada vez mais amadora e parece não haver ninguém capaz de contrariar esta situação.
Quando Emilio Macedo foi eleito presidente, pela primeira vez, o Vitória tinha dois responsáveis pela comunicação que eram José Luis Machado e Duarte Magalhães. Pouco tempo depois e em consequência de um apuramento para a pré-eliminatória da Liga dos Campeões, o Vitória contratou um novo director de comunicação, o antigo jornalista da Sport TV José Marinho. As coisas estavam a seguir um caminho lógico e notavasse uma preocupação evidente com a qualidade da comunicação do cuble. Embora na altura muita gente tenha criticado a contratação de José Marinho, alegando que este não era um vitoriano e que por isso não deveria estar á frente da comunicação do cuble. Quanto a mim um director de comunicação não têm que ser obrigatóriamente vitoriano, é melhor se o for, mas não é drama nenhum se não o for. Para mim o que me interessa num director de comunicação é a qualidade do seu trabalho e a eficácia do mesmo. Mas José Marinho acabou por estar muito pouco tempo no Vitória, pelo que foi praticamente imperceptível o trabalho que realizou. Veio pouco antes da pré-eliminatória da Liga dos Campeões e pouco depois da eliminação do Vitória nesta prova foi-se embora. Ou seja a sua passagem pelo Vitória acabou por não ter grandes resultados práticos. Mas infelizmente parece que a saída de José Marinho levou a um quase esquecimento do trabalho que se vinha realizado nesta área. Após a saida deste director de comunicação o Vitória deixou de ter uma tão grande preocupação com a comunicação e o trabalho que se ia fazendo, que estava a levar a comunicação do clube num bom sentido, parece que foi praticamente esquecido. Desde de então a comunicação do Vitória têm sido cada vez mais fraca, mais amadora e menos eficaz, com excepção à criação da Vitória TV.
Depois deste período inícial, em que parecia haver uma preocupação evidente com a comunicação do Vitória, viu-se um quase esquecimento de tudo o que tinha sido feito. O Vitória já não tinha como director de comunicação José Marinho e também já não tinha Duarte Magalhães que entretanto havia saído do clube. Estava então a comunicação do clube totalmente entregue a José Luis Machado, que contratou para esta área uma acessora, Carla Freitas. Durante algum tempo foram estes os dois responsáveis pela comunicação do clube, que se ia básicamente limitado a realização do jornal e a colocação de notícias no site. O tempo foi passando e a comunicação do Vitória foi ficando cada vez pior. Foi então que regressou a este departamento Duarte Magalhães, depois de um período de ausência o Vitória voltava a contrata-lo. Tendo então ficado o departamento de comunicação do clube à responsabilidade de José Luis Machado, Carla Freitas e Duarte Magalhães, elementos que ainda hoje são os responsáveis pela comunicação do Vitória.
O problema é que a comunicação do Vitória nunca melhorou, cada vez mais as coisas iam ficando confusas, pouco evidentes e sem uma política. A comunicação têm vindo a piorar e está agora a um nível verdadeiramente amador, á um nível que não é compatível com a grandeza que o clube têm.
Actualmente são cada vez mais os exemplos do amadorismo a que está entregue a comunicação do clube. No jornal, que é uma boa iniciativa, é frquente verem-se erros ortográficos, na Vitória TV a locução é gritantemente amdora, já para não falar que para além deste dois meios o Vitória apenas comunica através do site. Todos sabemos que nos dias de hoje a comunicação e a imagem são essenciais, um clube que queira ser respeitado, um clube que queira ser grande, um clube que queira ser credível, têm que ser eficaz e competente na sua comunicação. Mas infelizmente o Vitória não é nada disso hoje em dia. Em parte não o é porque a juntar á má getão e aos maus resultados desportivos têm uma péssima comunicação.
José Luis Machado, que é o principal responsável pelo departamento de Marketing e Comunicação, está constantemente preocupado com a angariação de verbas que permitam fazer face as despesas correntes do clube. Acabando assim por não realizar um bom trabalho nem no Marketing nem na Comunicação. Não se vê José Luis Machado criar uma política de Marketing ou uma política de Comunicação. São duas coisas que no Vitória não existem. Duarte Maglhães que devería ser o acessor de imprensa do clube também não faz um trabalho eficaz. É frequente vê-lo junto dos jogadores, ou nas salas de imprensa, mas na verdade um acessor de imprensa deveria ter uma preocupação maior em estar junto da comunicação social, e em criar uma boa relação com os orgãos de comunicação social, do que aparecer junto dos jogadores. Já para não falar que o Vitória é, cada vez mais, um clube eclético, devendo por isso o acessor de imprensa ter uma preocupação com todas as modalidades e não só com o futebol. Por fim a Carla Freitas parece-me que se limita a cumprir as ordens que lhe vão sendo dadas. É a responsável pela fraca locução da Vitória TV e vai colocando umas notícias no site.
Parece-me que estes três responsáveis já estão á demasiado tempo à frente da comunicação do clube, assim como me parece também evidente que o trabalho por eles realizado é demasiado fraco para aquilo de que o clube necessita. Está na hora de o Vitória ter uma comunicação eficaz, uma comunicação moderna e acima de tudo uma comunicação profissional. Não consigo, enquanto vitoriano, compreender que o Vitória pague três ordenados a pessoas que manifestamente são incapazes de realizar um bom trabalho.
Por fim dou apenas alguns exemplos que me parecem sintomáticos do estado a que a comunicação do clube chegou. Recordo-me da recente deslocação que o Vitória fez à Dinamarca, para jogar a pré-eliminatória da Liga Europa, e recordo-me da imagem triste que a comitiva vitoriana transmitiu no aeroporto. Apareceram em todos os canais de televisão imagens da equipa do Vitória no aeroporto, mas não fossem as legendas e nem se iria entender que equipa era aquela. É que não havia uma jogador com o fato oficial do clube, ou pelo menos com a roupa de estágio. Não havia nada os jogadores apareciam com uns pólos brancos e umas camisolas pretas mas sem qualquer tipo de identificação, em nenhum sitio se via o emblema do Vitória ou a simples inscrição VSC. Uma clara imagem de que a comunicação do clube estava a falhar. Depois há um outro exemplo que me ficou igualmente na memória, um exemplo que ocorreu no recente jantar de aniversário do Vitória. Como seria normal nesse mesmo jantar estavam presentes vários jornalistas, pelo que seria normal ver-se José Luis Machado ou Duarte Magalhães junto dos mesmos, numa espécie de operação de charme. Mas não nem um nem outro lá estavam, preferiram ficar numa mesa junto da equipa de futebol e junto da direcção. Uma medida que me parece completmente errada, uma vez que a primeira e única preocupação de um acessor de comunicação deverá ser a criação de uma boa relação com a imprensa. Por último outro exemplo da inexistência de uma politica de comunicação é a entrevista de Soudani ao jornal O Jogo. Mais uma vez deveria ter havido uma preocupação do departamento de comunicação em preparar o jogador para a sua nova realidade, o Vitória. Os jogadores deveriam ter uma politica de comunicação que regulasse o que dizem à imprensa. Deveria ser explicado, essencialmente aos jogadores novos, que tipo de coisas devem dizer, que temas devem e não devem abordar e a forma como o devem fazer.
Este problema que actualmente vivemos na comunicação do Vitória é apenas um espelho daquilo em que se está a transformar o Vitória, um clube sem regras, sem rumo, sem líder, sem estrutura e com um claro défice de competência. Está por isso na hora de mudar-mos o destino do Vitória, está na hora de destituir esta direcção e está na hora de profissionalizar-mos todos os departamentos do clube. Não podemos continuar com tanto amadorismo no Vitória.