A noite de ontem foi longa e tal como se esperava a Assembleia Geral foi quente. Numa noite em que os vitorianos discutiram, durante mais de seis horas, as contas do cuble houve vários momentos quentes. Mas foi bem evidente que o clube está vivo e que os vitorianos nunca abandonam o Vitória. A Assembleia Geral de ontem à noite foi uma das mais concorridas dos últimos anos, mais de 2500 vitorianos marcaram presença. O que é um sinal claro da preocupação que todos vivemos actualmente com o Vitória. A elevada afluência demonstrou claramente que, os vitorianos apenas andam tristes e desmotivados, mas continuam lá. Actualmente o Vitória é uma força que está adormecida, mas depois do que se viu ontem há sinais evidentes que as coisas estão a mudar e que os vitorianos não desistem. A contestação à actual direcção foi bem evidente e desde de cedo se fez notar. Logo de início os vitorianos não dispensaram a leitura da acta da Assembleia anterior, o que demonstra bem a desconfiança que existia em relação à direcção. Normalmente este primeiro ponto é aprovado por maioria, sem que seja necessário proceder à leitura da referida acta, mas ontem os vitorianos quiseram certificar-se do que lá estava escrito, num claro sinal de desconfiança. Mas isso foi apenas o início e a noite ainda estava a aquecer. De seguida e para grande surpresa minha a aprovação do novo vice-presidente não foi tão fácil como o esperado. Era um ponto que se pensava nem ter discussão, mas na verdade foram muitos os votos contra. Assim se ia afigurando cada vez mais aquilo que viria a acontecer, o chumbo das contas.
O momento alto da noite foi a discussão do relatório e contas, tema que foi amplamente dissecado pelos vitorianos. A discussão deste ponto demorou mais de quatro horas. Foram quatro horas de forte contestação à actua direcção, mais de quatro horas onde não faltou nada. Desde excessivas manisfestações contra Emilio Macedo, a ataques pessoais feitos a Emilio Macedo e seus pares, passando também por atitudes surpreendentes de Emilio Macedo e alguns elementos dos orgãos sociais do cuble, até uma excessiva intervenção dos associados. Na discussão deste ponto havia um tempo reservado para a intrevenção dos associados, mas na verdade esse tempo foi excessivo. Mais de duas dezenas de associados pediram a palavra e discursaram durante mais de duas horas, o que acabou por tornar esta discussão algo enfadonha, vários temas foram repetidamente colocados e várias perguntas foram exaustivamente repetidas, o que acabou por fazer muita gente abandonar a Assembleia. Mas na verdade essa situação parecia ser do agrado da direcção, pois tentaram retardar o mais possível a votação do relatório e contas. Já na recta final das intervenções surgiu algo absolutamente inacreditável, Raúl Rocha, Vice-Presidente do Concelho Físcal, pediu a palavra e retardou ainda mais a votação. Numa atitude atípica Raúl Rocha fez valer a sua condição de associado e pediu a palavra. Não consigo entender como pode um elemento do concelho físcal pedir a palavra para falar enquanto vitoriano sobre o relatório e contas, isso é vergonhoso. Apenas consigo entender esta atitude numa lógica de atrasar ainda mais a votação. Já passava das duas da manhã quando Raúl Rocha quis falar, o que me faz acreditar que aquele atrasar da votação era do interesse da direcção. Mas não satisfeitos com esta triste figura de Raúl Rocha a direcção brindou-nos ainda com uma outra surpresa, também João Cardoso fez um pequeno discurso antes de dar lugar à votação. Foi vergonhoso, uma tentativa desesperada de atrasar a votação, na esperança que os vitorianos abandonassem o pavilhão. Mas finalmente, já perto das duas e meia da manhã, lá se procedeu à votação do referido relatório e contas. Mas infelizmente dos cerca de 2500 vitorianos que acorreram ao pavilhão já só perto de 1500 é que votaram, resultado da hora tardia a que se realizou a votação. O que não impediu que o resultado da votação fosse categórico, o chumbo das contas foi evidente e não deixou margem para dúvidas. Numa votação tipo 200 a favor e 1300 contra. Como era esperado as contas foram chumbadas e a direcção ficou sem margem de manobra, não lhes resta agora outra alternativa que não a demissão.
Mas a grande surpresa da noite estava ainda para chegar, depois de ocorrida a votação do relatório e contas, numa altura em que já não restavam mais de 500 vitorianos no pavilhão eis que surge a grande surpresa da noite o discurso de Luis Cirilo. Foi uma grande surpresa, não o discurso que felizmente já é habitual, mas sim o conteúdo do mesmo, Luis Cirilo anunciou que é candidato à presidência do Vitória. Se até agora havia algum receio com a eventual falta de alternativas credíveis, esses receios terminaram ontem. Mas sobre este tema irei escrever um post mais oportunamente.
Na verdade a Assembleia Geral foi quente e excessivamente extensa, mas são poucas as notas a reter, depois de mais de seis horas de discussão importa referir o seguinte: as contas foram claramente chumbadas, a contestação a Emilio Macedo e seus pares está em níveis nunca antes vistos e finalmente já há alternativas credíveis a Emilio Macedo. Posto tudo isto acho que é mais do que hora de Emilio Macedo sair, já não têm condições mínimas para presidir o Vitória e agora que há uma exccelente alternativa acho que não se deve perder mais tempo. Pois na verdade depois de tudo o que vi ontem apenas há dois caminhos ou Emilio Macedo apresenta a demissão ou muito em breve dará entrada a um pedido de marcação de uma Assembleia Geral para distituição da direcção, que será esmagadoramente aprovado.
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