O resultado desta primeira jornada é absolutamente enganador. Quem não viu o jogo e apenas viu o resultado final de 0-1 poderá pensar que foi mais um jogo em que o Porto marcou o golo e depois geriu o resultado, puro engano. Este foi um dos melhores jogos do Vitória nos últimos tempos e não fosse o arbitro e as coisas poderiam ser bem diferentes.
Escolhi esta foto, para ilustrar este post, porque me parece ser a que melhor realça os factores em evidência neste jogo. Primeiro é possível ver bem Olgário Benquerença, o homem que decidiu o jogo, porque embora os jornais e as televisões digam que Hulk resolveu, a verdade é que quem resolveu foi o Olgário. Em segundo plano é possível ver o péssimo estado em que se encontrava o relvado, basta ver o pé com que Paulo Sergio bate a bola. Por fim é possível ver um jogador do Vitória e um jogador do Porto, as duas equipas deram tudo e tendo em conta que esta foi apenas a primeira jornada este jogo foi já disputado com boa intensidade.
Quanto ao jogo, gostei do Vitória, faz-me acreditar numa boa época e confirmou que há jogadores que não enganam. Gostei especialmente das exibições de Nilson, um valor seguro; de João Paulo, em grande momento de forma; de Santana, uma surpresa cada vez mais agradável; de El Adoua, cada vez mais imperioso; Barrientos, um verdadeiro artista e de Toscano cada vez mais o maestro do meio campo. Parece-me é que cada vez é mais evidente que a equipa têm qualidade e que merecia um treinador melhor, mais audaz, sem receios e que jogasse sem olhar aos adversários. Não consigo compreender como é que se pode realizar uma substituição tripla num jogo a sério. É daquelas coisas que vêm nos manuais, não se pode fazer, parte a equipa, quebra toda a dinâmica e desorganiza completamente toda a estratégia existente. Mas isso é apenas uma das quetões, outra é tentar entender como é possível lançar o João Alves no jogo e deixar o Pedro Mendes no banco, eu não consigo entender. Estes foram para mim os grandes erros de Manuel Machado que assim entregou o jogo de bandeja ao Porto a meio da segunda parte. Depois há um problema que é cada vez mais gritante, a falta de um ponta de lança. Sem ponta de lança tudo é muito mais difícil. Só que o Vitória não ganhou mas nem foi por isto, foi porque havia um senhor chamado Olgário. Esse sim decidiu o jogo em dois momentos. Primeiro ao assinalar uma grande penalidade em cima do intervalo, castigando uma eventual falta de Leonel Olimpio sobre Sapunaru. Até consigo admitir que fosse falta, o contacto existe é visível, claro que o jogador do Porto tira partido da situação mas a verdade é que existe um contacto evidente. Depois no final do jogo não assinala uma mão do Rolando dentro da área portista. Ai é que já não há desculpas é evidente o corte com a mão e fica por assinalar um penalty. Muito mais evidente este penalty do que o penalty assinalado a favor do Porto. Por isso digo que Olgário decidiu, primeiro assinala um penalty discutível e depois perante uma grande penalidade evidente nada assinala. Infelizmente isto já não é nada que nos surpreenda, já começou a pouca vergonha do costume, para um lado marca-se tudo, mesmo que não seja, para o outro por mais evidente que possa ser não se marca. É assim que se viciam campeonatos, que se escolhem campeões e que se afasta o público dos estádios.
Quanto ao público tive orgulho em ver os vitorianos a apoiar a equipa do primeiro ao último minuto, nunca desistimos, acreditamos sempre que seria possível. Mesmo depois do jogo acabar a equipa foi aplaudida, porque lutou, esforçou-se tentou com tudo o que tinha chegar a vitória e quando assim é não podemos pedir mais. Podemos apenas ter a certeza que quem joga com aquela vontade e determinação também perde, mas na maioria das vezes ganha, se formos sempre assim grande época que ai vêm.
Mas na verdade este Vitória deixa-me cada vez mais optimista, cada vez mais acredito que será possível ultrapassar o Atlético de Madrid e fazer uma boa época, só têm de haver coragem para isso.
Sem comentários:
Enviar um comentário