O jogo de ontem foi muito mais do que um simples jogo. Foi a vivência máxima de uma rivalidade com centenas de séculos. Ontem não jogou só o Vitória com o Braga, os vimaranenses também mediram forças com os bracarenses, era uma questão de orgulho.
Infelizmente o Vitória não ganhou e mais preocupante do que o resultado foi a exibição. Não houve garra, nem determinação, faltou chama ao Vitória. Quando todos esperávamos ver um Vitória forte e autoritário, que dominasse o jogo, fomos surpreendidos por um Vitória sem brilho e extremamente preocupado em não sofrer golos. Ontem o Vitória fez muito pouco para ganhar e deixou o Braga dominar o jogo. Foi triste ver que afinal continuamos a ficar encolhidos depois de marcar um golo, foi triste não conseguir mandar no jogo e foi triste ver um Vitória tão defensivo.
Ontem pedia-se mais, era um jogo especial, um jogo que nós tínhamos que ganhar. O empate não deixou mais que um sabor de desilusão e de derrota. Nesta altura era fundamental ganhar porque, para além de ser um jogo em casa e os jogos em casa são sempre para ganhar, era importante ganhar para obter os três pontos. Nesta altura dos 15 pontos já disputados o Vitória apenas têm 4 o que é muito pouco, já perdemos 11 pontos. Tendo em conta que dos 5 jogos disputados 3 foram em casa o Vitória tinha que obrigatóriamente ter mais pontos. Começa a ficar cada vez mais difícil recuperar os pontos perdidos e o objectivo europeu vai ficando cada vez mais distante. Sei que ainda só se jogaram 5 jornadas e que ainda faltam 25, mas a exibição de ontem deixou-me mesmo muito preocupado. É que o empate até foi simpático para o pouco que o Vitória fez, contra o muito que o Braga construiu. Não é fácil de se dizer mas a verdade é que ontem a existir um vencedor teria que ser o Braga, pois jogou melhor e teve muitas mais ocasiões de golo. Durante todo o jogo o Vitória apenas teve duas ocasiões de golo, o que é francamente mau, ainda por cima jogando em casa.
Quanto ao jogo apenas algumas notas. A primeira nota é para Rui Vitóra. Apresentou um onze renovado em relação ao que tinha feito na luz, chegou mesmo a surpreender em alguns casos. Primeiro deixou N´Dyaie no banco, medida com que concordo, já era tempo de o deixar no banco para pensar em algumas atitudes mais irreflectidas que têm prejudicado a equipa. Depois incluiu no onze titular Urreta, um jogador que está á pouco tempo no clube e que por isso foi uma surpresa. Infelizmente não se pôde ver o que representaria a inclusão deste jogador na equipa, pois lesionou-se ainda no aquecimento. Por último deu a titularidade a Nuno Assis, algo que já não foi tão surpreendente. Mas ao longo do jogo acho que Rui Vitória mexeu mal na equipa. É sempre mais fácil falar quando estámos de fora, mas parece-me que as substituições que fez transformaram o Vitória numa equipa ainda mais defensiva, quando era necessário ganhar força no ataque para afastar o Braga da nossa área. Primeiro trocou Toscano por João Alves, uma substituição claramente defensiva. Foi notório que aí Rui Vitória queria ganhar o meio campo, mas abdicou de um médio ofensivo para pôr um médio defensivo, o que fez recuar ainda mais a equipa. Depois pôs Targino, algo que não consegui compreender. Targino estava fora dos eleitos para este jogo, por força da lesão de Urreta, á última da hora, foi chamado e depois jogou. Não compreendo como se pode deixar um jogador fora da convocatória e depois ainda o deixar jogar. A segunda nota do jogo vai para Pedro Proença. O árbitro esteve, no meu entender, muito mal. Não falhou em nenhum lance muito vistoso, mas não teve dualidade de critérios. Mostrou demasiados amarelos a jogadores do Vitória, muitas vezes em faltas que não justificavam a amostragem do cartão, e não mostrou da mesma forma cartões ao Braga. Já para não falar que por diversas vezes os jogadores do Braga se deixavam cair, sem que existisse qualquer falta, e Pedro Proença assinalava falta. Foi assim que teve origem o golo do Braga, Pedro Proença assinalou uma falta inexistente a favor do Braga e na conversão dessa falta surgiu o empate. Foi uma arbitragem enervante e que ajudou a destabilizar a equipa do Vitória. Por fim a terceira e última nota vai para alguns jogadores do Vitória, para Leonel Olimpio, Paulo Sérgio, João Alves e Faouzi. Os quatro já demonstraram não ter qualidade para jogar no Vitória. Quanto a Faouzi até teve alguns bons pormenores ontem, mas concluia sempre mal as jogadas, excepção para a assistência feita a Edgar. Leonel Olimpio não têm classe, decide mal na fase de construção, passa mal e muitas vezes opta por rematar, só remata sempre mal nem na baliza acerta. Paulo Sérgio voltou a lesionar-se, algo que é verdadeiramente anedótico. Joga poucos minutos e mesmo assim passa mais tempo lesionado do que disponível para a equipa. Já para não falar que, no pouco tempo que joga, são mais as asneiras do que as decisões acertadas. Por último João Alves, um jogador que já não têm capacidade para jogar no Vitória. É demasiado lento, não ganha bolas, não constroi jogo e ainda é frequênte perder bolas. Ele até já foi um jogador razoável, mas o seu tempo já passou e já não é jogador para o Vitória.
Com tudo isto espero que, a noite de ontem tenha sido apenas uma má noite, e que futuramente se possa ver um Vitória muito mais forte e com uma capacidade ofensiva e de mandar no jogo muito maiores.
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