segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Equipa renovada


   Finalmente voltamos a ver bom futebol. O jogo de ontem, frente ao Nacional, devolveu-nos os sorrissos, que á tanto andavam escondidos. Foi um bom jogo, viram-se boas jogadas e viu-se um Vitória de ataque. Um Vitória como já há muito não víamos, uma equipa, autoritária, segura, confiante e ambiciosa. Como tinha saudades deste Vitória.
   A estreia de Rui Vitória foi bastante promissora, denunciando logo á partida uma nova filosofia. Rui Vitória, como era esperado, não mexeu muito no onze, apenas realizou duas alterações, a alteração forçada de Santana por Teles e trocou Targino por Toscano. Mas a grande mudança operada pelo novo treinador foi na mentalidade dos jogadores, antes tinhamos uma equipa encolhida, que jogava muito recuada e tinha demasiado medo de sofrer golos, agora os jogadores soltaram-se e foram atrás dos golos. Foi possível ver um jogo mais aberto, mais ofensivo, uma equipa mais alegre e uns jogadores mais confiantes. Depois para além das evidentes alterações morais, operadas por Rui Vitória, houve também dois ajustes realizados por Rui Vitória que me pareceram muito acertados, recuou ligeiramente o Barrientos pondo-o a jogar a 8 e Toscano passou a ser um 10, parece-me que os dois jogadores renderam muito mais nestas posições. Foi clara a diferença de dinâmica que estas duas alterações trouxeram. Para o pouco tempo que teve Rui Vitória conseguiu um optimo trabalho, agora aos poucos poderá dar o seu cunho pessoal á equipa e ai poderemos ver quais serão as verdadeiras diferenças entre Rui Vitória e Manuel Machado.
   Quanto ao jogo gostei de ver um Vitória destemido e ambicioso, nunca se satisfez com os golos marcados, foi sempre atrás de mais, assim dá gosto ver. Foi uma equipa completamente renovada, mas com os mesmos jogadores. Renovada na sua vontade, nas suas crenças, na sua ambição e na sua segurança. Os mesmos jogadores uma nova equipa. Uma nova equipa onde brilharam, Toscano, Edgar, Barrientos e Pedro Mendes. Para mim estes foram os quatros melhores, os que estiveram a um nível a que ainda não tinham estado este ano. Toscano foi, uma vez mais, feliz no seu regresso á Choupana, voltou a realizar um grande jogo. Depois dos três golos que lá marcou o ano passado, Toscano, voltou a marcar, atirou uma bola ao ferro num livre directo e teve magia nos pés. Egar fez o que há muito se esperava dele, golos e logo dois. Barrientos esteve em bom nível, principalmente na primeira parte, foi bom a construir jogo a fazer a ligação entre os sectores e a ganhar faltas. Fez um bom jogo, foi sempre muito objectivo, não complicou e defeniu diversos lances de ataque da forma mais adequada. Já Pedro Mendes esteve, finalmente, ao seu nível. Equilibrou a equipa, deu estabilidade ao meio campo, fez jogar e pôs a equipa a funcionar. Foi um bom jogo de toda a equipa, mas em particular destes quatro. Para além de tudo isto apenas me apraz deixar algumas breves notas. Uma para a evidente forma física que o Vitória ainda não têm. Pedro Mendes saiu tocado, Barrientos saiu porque estava já a baixar o seu rendimento e Toscano chegou mesmo a pedir a substituição. O que demonstra de forma clara que é necessário trabalhar a parte física. Outra nota para a displicência de Faouzi, em alta competição não se podem falhar dois lances como os que Faouzi falhou. Primeiro isolado na entrada da área rematou com o pé esquerdo, em arco, mas mais parecia um passe ao guarda-redes. Podia perfeitamente ter seguido com a bola e feito o golo. Depois teve, mais uma vez, uma perdida enervante, sozinho em frente ao guarda-redes voltou a tentar um chapéu. Não se pode ser tão desplicente. Mas apesar destes lances Faouzi acabou até por ter um jogo positivo. Foi lutador, conseguiu diversas vezes estar em jogo, criou boas jogadas e até fez uma assistência. Por fim a última nota vai para Rui Vitória. Gostei da forma como abordou o jogo, não teve medo jogou ao ataque e ganhou. Teve ainda um interessante pormenor que foi, ir chamando jogadores ao banco durante o jogo e ir corrigindo algumas coisas que não estavam como queria.
   Agora é verdade que ontem todos tivemos orgulho na equipa, mas também temos que ter calma. Nem tudo estava mal antes e nem tudo está resolvido agora. Há ainda muito trabalho a fazer, é normal que a equipa demore ainda um pouco a absorver os novos métodos. Não podemos esperar que a partir de agora sejam todos os jogos assim. Temos ainda que ter calma e não desanimar, só com muito trabalho e apoio é que a equipa pode crescer. Mas ontem já todos vimos que finalmente vamos ter um Vitória de ataque, um Vitória que vai sempre atrás do golo. Isso deixa-me animado e dá-me confiança de que esta equipa ainda vai crescer muito. Finalmente acredito que temos uma boa equipa técnica, uma equipa técnica que nos compreende. Que joga  sempre com os pés assentes na terra, cientes das dificuldades, mas que joga jogo a jogo e que joga ao ataque, sempre na busca do golo. Assim temos um futuro promissor.

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