quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Assembleia Extraordinária


   O tema Assembleia Geral têm sido, por estes dias, o tema central nas conversas vitorianas. Muito se têm falado sobre este tema e muitas opiniões se têm ouvido. O curioso é que há uma Assembleia Geral marcada para dia 28 deste mês, mas não é dessa Assembleia que se fala, essa Assembleia que têm como pincipal objectivo a votação do Orçamento e Contas está votada ao esquecimento. Fala-se isso sim de uma hipotética Assembleia que poderá acontecer a pedido dos sócios, com o ponto único de destituição da direcção. Digo hipotética porque, embora acredite que esta Assembleia vá mesmo acontecer, enquanto as condições necessárias para a realização da mesma não estiverem reunidas, a Assembleia Geral extraordinária, não passa disso mesmo uma hipotética Assembleia.
   A realização de uma Assembleia Geral extraordinária é um assunto que me deixa algo apreensivo. Tal como já aqui defendi acredito que esta direcção têm que ser responsabilizada pela má gestão que têm feito e como também já anteriormente disse acho que se Emilio Macedo e a restante direcção não têm a dignidade de sair pelo próprio pé, então têm que ser os vitorianos a mostrar-lhes o caminho da saída. E a única forma que os vitrianos têm para o fazer é através de uma Assembleia Geral extraordinária. Mas este tema deixa-me apreensivo porque, embora compreenda que actualmente a Assembleia extraordinária seja necessária, tenho algum receio que esta medida extrema possa ser de alguma forma vulgarizada. Para se tomarem medidas destas é necessário ter alguma cautela. Não podemos correr o risco de transformar uma medida de último recurso, numa prática habitual. Pois isso sim seria o fim do Vitória, se por qualquer mau resultado ou mau início de época se convocasse uma Assembleia para distituição da direcção. Devemos recordar-nos que nunca no Vitória uma direcção foi destituida, nem mesmo quando o clube desceu de divisão. Isso serve para que se entenda que esta medida terá que ser uma medida excepcional, e que nunca em circunstancia alguma a mesma possa passar a ser um prática comum no Vitória.
   Mas neste caso concordo plenamente com a realização desta Assembleia. Acho que já foi dado demasiado tempo a Emilio Macedo para que este apresenta-se outros resultados. A situação actual do Vitória têm-se vindo a arrastar há já bastante tempo e os erros actuais já não são novidade, são decalcados de erros que esta mesma direcção cometeu no passado. Por isso acho que está na hora de os vitorianos defenderem o Vitória e destituírem esta direcção.
   O facto que me leva a concordar com esta iniciativa não é a actual má época que o Vitória têm feito, é todo um conjunto de decisões que esta direcção têm tomado nos últimos anos. Decisões como: as alianças feitas com o Benfica; a falta de transparência nos negócios do clube; a má gestão desportiva e financeira; a crescente falta de ambição que se têm verificado; a falta de defesa do Vitória quando este é sistematicamente prejudicado; o facto de haver na direcção sócios de outros clubes; a insistência em pessoas como Vasco Santos ou José Pereira; o celébre acordo de cavalheiros com o Braga ou ainda a triste história contada por Miguel Salazar na última Assembleia Geral. Estes são alguns dos motivos que me levam a concordar com esta medida.
   Acho no entanto que é também necessário pensar no futuro, pois destituir esta direcção é o início do caminho mas não é tudo. É preciso pensar em alternativas e pensar se há alguém capaz de fazer mais e melhor. Porque se não houver então esta iniciativa não terá qualquer sentido. Quanto a mim acho que sim, acho que há certamente alternativas e há quem seja capaz de fazer muito mais e muito melhor. Mas isso é assunto que deixo para outro post.
   Resta agora reunir todas as condições necessárias á realização da Assembleia e encontrar uma alternativa válida a Emilio Macedo.

1 comentário:

Miguel Silva disse...

deixo aqui algumas reflexões/questões sobre a situação financeira do nosso VSC:

1. Para cada época desportiva existe 1 proposta de orçamento e respetivo relatório de contas. Estes 2 documentos são sujeitos à aprovação dos associados em Assembleia Geral. Pergunto: Se o relatório de contas não segue nem respeita a proposta de orçamento então para que serve este último? E para que serve a sua votação? E se o relatório de contas tem que ser aprovado pois reflete operações financeiras já realizadas e, consequentemente, não podem ser desfeitas, então para que serve a sua votação e aprovação por parte dos associados? Não deveria o relatório de contas refletir o respetivo orçamento previamente aprovado? Porque é que as Direções democraticamente eleitas não são sujeitas a seguir escrupulosamente o orçamento previamente proposto e aprovado pelos associados? Afinal qual é o papel e relevância dos associados na vida financeira do Clube? Na verdade, esse papel resume-se a… nada!!!
2. O inicio das 2 últimas mudanças de Direção (Pimenta Machado – Vítor Magalhães e Vítor Magalhães – Emílio Macedo) teve 1 fator comum – realização de uma Auditoria Financeira ao Clube - e uma conclusão comum – urgência em controlar e reduzir o passivo das contas do VSC. Mediante esta conclusão, então porque razão é que a direção atual, perante uma oportunidade única para concretizar uma redução do passivo (encaixe financeiro de € 7 Milhoes em vendas de activos) optou por agrava-lo ainda mais? E qual a legitimidade desta ação? De forma a legitimar a opinião da direção em investir tal encaixe em ativos em vez de reduzir o passivo, não seria recomendável levar à discussão e aprovação dos Associados em Assembleia Geral Extraordinária? E se, na altura da apresentação de cada Proposta de Orçamento, ficasse aprovada pelos Associados uma percentagem fixa a utilizar em investimentos no caso da venda de ativos? Não seria mais transparente?
3. Desde 2004 que não se regista aumento de Departamentos, infra-estruturas, fluxos nem de praticantes (entenda-se praticantes de futebol pois é suposto as restantes modalidades serem autónomas e até “auto-suficientes”). Então a que se deve o aumento galopante de funcionários registado pela direção atual?
4. Não tendo aumentado as “necessidades” do clube (fundamentado no ponto anterior) e tendo até diminuído a oferta de produtos VSC (ao contrário da prática dos ditos “grandes Clubes” acabaram com licenciamentos de produtos VSC e, consequentemente, com os respetivos licenciados fornecedores), porque razão e especificamente em que é que aumentou a rubrica FSE no Relatório de Contas 2010-2011? Se a direção é, de facto, defensora da transparência das Contas do VSC não seria melhor, e até recomendável, proceder a um “concurso público” para as principais necessidades de fornecimento de serviço externo? Assim estaria salvaguardado qualquer suspeita de “favorecimento” ou “compadrio” para benefício singular em detrimento do desejado favorecimento da coletividade em si.

São algumas reflexões que me inquietam e que achei que deveria partilhar com os restantes Associados/Aficionados do VSC.