quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Gravíssimo


   As declarações de João Cardoso, presidente da assembleia geral, á Rádio Santiago são de uma enorme gravidade. O representante máximo dos sócios não pode fazer declarações como estas. Ele não têm que dar a sua opinião ou fazer juízos de valores como os que fez. Enquanto presidente da assembleia geral o que se pede a João Cardoso é que seja o mais imparcial possível, não queremos um presidente da assembleia geral que está sistematicamente a defender a actual direcção e a dizer que os sócios não têm razão. Enquanto vitoriano João Cardoso pode e deve ter a opinião que quiser sobre todos os assuntos relativos ao Vitória, o que ele não pode é vir enquanto presidente da assembleia geral falar publicamente desta forma. Já ontem saiu num jornal nacional a opinião do presidente da assembleia geral do Vitória, algo de que não gostei mas que até ignorei, pois achei que de certa forma ele o pudesse ter feito mais como um desabafo. Mas perante as declarações que estão hoje disponíveis no Guimarães Digital, entendo que afinal não era nenhum desabafo, João Cardoso estava mesmo a ser deliberadamente parcial, estava a defender a direcção perante uma posição dos associados, algo que não é ético para um presidente de uma assembleia geral.
   De entre várias coisas que João Cardoso disse, sobre a marcação de uma assembleia geral extraordinária e sobre a eventual distituição da direcção, registei as seguintes:
1 "Não concordo com essa decisão, não vejo qualquer enquadramento que justifique eesa iniciativa";
2 " Parece-me desadequado o timing";
3" Há uma comissão que está a trabalhar na revisão dos estatutos, e tenho a certeza que um dos aspectos que será apresentado aos sócios será precisamente esse. Parece que a direcção do clube está sempre sujeita a chicotadas psícológicas. Cento e vinte pessoas permitirem-se convocar uma assembleia para distituir a direcção é completamente descabido";
4"Contribuem para esses folclores"
   Estas declarações não me parecem dignas de um presidente de uma assembleia geral. Até tinha boa imagem de João Cardoso, parecia-me uma pessoa sensata, que procurava analisar calmamente as situações e que não gostava de grandes agitações. Mas afinal estava muito enganado, pois na verdade João Cardoso é igual aos membros da actual direcção do Vitória. Está constantemente a bajular Emilio Macedo, não respeita os associados e faz declarações completamente despropositadas tendo em conta o lugar que ocupa. Quanto aos quatro pontos que destaquei, das declarações de João Cardoso, tenho algumas notas.
Quanto ao primeiro ponto, tal como já referi, João Cardoso têm enquanto vitoriano direito a ter a opinião que muito bem entender, não pode é expressa-la publicamente na qualidade de presidente da assembleia geral. Concordando ou não com esta iniciativa o que João Cardoso deveria ter dito, enquanto presidente da assembleia geral, era qualquer coisa do tipo: " Não me chegou ainda nada, pelo que não há qualquer assembleia geral extraordinária marcada. Quando me chegar qualquer documento irei analisa-lo, ver se está de acordo com o que é exigido pelos estatutos e se não houver nenhum impedimento procederei a marcação da referida assembleia.". Este seria o tipo de declaração que se esperava ouvir de um presidente da assembleia geral.
Quanto ao segundo ponto que destaquei, não compreendo se depois de quatro anos de sucessivas asneiras desta direcção não é tempo de tomar esta iniciatica, então quando será? Quando já for tarde de mais?
Relativamente ao terceiro ponto, que destaquei, há várias coisas que me deixaram incrédulo. Estas declarações mais parecem de um membro de um governo ditatorial, do que do presidente da assembleia geral do Vitória. Aqui é anunciado que perante esta situação, a possível convocação da assembleia geral extraordinária, estão já a ser tomadas medidas para que isso não volte a acontecer. Como se questionar a direcção e pôr em causa o seu trabalho fosse proíbido. João Cardoso mostrou-se mesmo indignado com a atitude dos sócios, parecia que pôr em prática esta alinea dos estatutos era um sacrilégio.  Neste ponto João Cardoso chega mesmo a criticar os próprios estatutos do clube, dizendo que é completamente descabido convocar esta assembleia com apenas cento e vinte assinaturas. Nunca um presidente de uma assembleia geral pode dizer que nos estatutos há um qualquer ponto que é descabido. Isto é gravíssimo, um presidente da assembleia geral que diz que os estatutos são descabidos. Mas é ainda mais grave porque, numa tendência claramente parcial, João Cardoso apenas faz esta afirmação porque neste caso específico os estatutos não servem o interesse desta direcção. Por fim João Cardoso faz ainda alusão ao facto de a direcção estar sujeita a uma chicotada psicológica. O que João Cardoso deveria pensar é que, nunca em 89 anos de história, uma direcção esteve sujeita a esta medida dos estatutos, nem mesmo quando o clube desceu de divisão. E que não venha dizer que apenas cento e vinte assinaturas num universo de mais de vinte mil associados é que permitem isso, porque na verdade aquele que é hoje um universo de mais de vinte mil associados, já foi no passado um universo de mais de trinta mil associados, e não foi por isso que qualquer outra direcção foi sujeita a esta medida. Se esta direcção está na eminência de ser sujeita a esta medida é única e exclusivamente pela incompetência que têm evidenciado.
 Finalmente quanto ao quarto e último ponto que destaquei, parece-me que uma atitude tão séria e grave, como a que os sócios estão a tomar, não é nenhum folclore. Já para não falar que me parece de extremo mau gosto, o presidente da assembleia geral, classificar uma atitude de preocupação dos associados como um folclore.
   Se já estava mais do que certo que o caminho se fazia distituindo esta direcção, depois destas declarações apenas fiquei com mais certeza de que o Vitória merece muito mais e muito melhor.

1 comentário:

L disse...

Só tenho uma palavra para este senhor: RUA!