sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O Quase Presidente


   Emilio Macedo da Silva ficará na minha memória como o Quase Presidente. Se os presidentes do Vitória fossem recordados por cognomes, tal como eram os Reis de Portugal, estou certo que Emilio Macedo seria o Quase Presidente. Ao longo de quase quatro anos e meio de mandato, Emilio Macedo da Silva, teve já várias oportunidades de alcançar feitos inéditos para o Vitória. Em alguns casos conseguiu-o e noutros não. Mas na verdade todos os grandes feitos alcançados, durante os mandatos de Emilio Macedo, foram aqueles em que ele não teve intervenção directa, pois sempre que interveio os acontecimentos não passaram disso mesmo de quase grandes feitos.
   Há uma série de circunstâncias que me levam a ver Emilio Macedo como o Quase Presidente. Por diversas vezes, e de forma consecutiva, o Vitória foi perdendo oportunidades verdadeiramente únicas para crescer. Nos últimos anos foram diversas as ocasiões em que chagamos quase lá. O que é pena é que nunca saímos do quase, nunca conseguímos chegar verdadeiramente ao objectivo.  Durante estes mandatos há um infindável número de razões que me levam a considerar Emilio Macedo o Quase Presidente. Algumas das razões que me levam a ver este presidente dessa forma são:
   Quase conseguiu o apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões.
   Quase conseguiu, por duas vezes, o apuramento para a fase de grupos da Liga Europa.
   Quase conseguiu vencer a Taça de Portugal.
   Quase conseguiu vencer a Super Taça.
   Quase não tinha jogadores emprestados pelo Benfica esta época.
   Quase contratou N´Djeng e Carlão.
   Conseguiu quase cumprir o que disse no caso de Vasco Santos. Lembro-me de ouvir Emilio Macedo dizer que com ele o Sr. Vasco Santos não iría sair do Vitória. Mas depois a apenas, estratégicos, 15 dias do final de contracto de Vasco Santos, Emilio Macedo demitiu-o. É que as eleições estavam á porta e como é sabido Vasco Santos não era do agrado de muita gente.
   Emilio Macedo quase nos fez acreditar na competência de Luciano Baltar. Digo quase porque não esqueci ainda um comunicado da direcção do Vitória, emitido a 23-11-2007. Nesse mesmo comunicado Emilio Macedo e toda a restante direcção, á data em funções, diziam, sobre Luciano Baltar, coisas como: Acusavam Luciano Baltar de ser o responsável por o trabalho não estar ainda concluído. Diziam eles que, tal facto era resultado de uma incompreensível falta de empenho, em entregar de forma atempada e completa as informações e documentos que lhe eram solicitados. Terminavam ainda esse mesmo comunicado referindo que, o Sr. Luciano Baltar tinha uma inadmissível falta de cultura democrática. A verdade é que depois de tudo isso Emilio Macedo voltou a convidar Luciano Baltar para a sua direcção, e exactamente para as mesmas funções que este tinha desempenhado antes.
   Este presidente ao longo dos últimos quatro anos e meio, quase entendeu o que é o sentimento vitoriano, e a forma apaixonada como todos nós vivemos o Vitória. Digo quase porque na verdade se o tivesse realmente entendido não teria tomado certas atitudes como as que tomou. Atitudes como as de vender lugares anuais de sócios do Vitória a simpatizantes do Benfica. Ou atitudes como as de emprestar, por mais do que uma vez, o nosso estádio ao Benfica, para que estes pudessem treinar. Ou ainda como levar o aniversário do Vitória para instalações que não são do clube.
   O actual presidente esteve também perto de conseguir cumprir uma das suas maiores bandeiras eleitorais na sua primeira eleição. Quase conseguiu ser transparente nas negociações de jogadores. Quase conseguimos saber quais os reais valores resultantes das compras e vendas de jogadores. Recordo que, referindo apenas dois casos, todos continuamos a espera de saber quais foram o proveitos, reais, das vendas de Geromel e de Bebé. 
   Com este presidente surgiu ainda uma nova situação, a que nós vitorianos não estamos habituados. É que agora o Vitória quase é respeitado pelos outros clubes. Antigamente eramos respeitados e até mesmo temidos, mas agora somos quase respeitados. Recordo-me de dois casos bem recentes. Primeiro o famoso acordo de cavalheiros que Emilio Macedo assinou com o Braga. Quase conseguiu não ser humilhado pelo Braga depois desse deprimente episódio. Segundo o quase respeito que o Sporting teve pelo Vitória ao cancelar o jogo de apresentação. Quase somos respeitados pelos outros clubes.
   Mas se olhar-mos para as modalidades as coisas não melhoram, os quase continuam.  Emilio Macedo quase estava presente, no jogo em Espinho, quando o Vitória se sagrou Campeão Nacional de Volley. Assim como quase esteve presente quando o Vitória foi Campeão Nacional de Futebol de Praia, ou quando o Vitória venceu a Taça de Portugal de Basquetebol. Emilio Macedo quase esteve presente neste momentos historicos. Já para não falar na sua incoerência, quase todos os anos, Emilio Macedo, fala em acabar com uma destas modalidades, mas depois prometeu, nas duas eleições a que se candidatou, construir um novo pavilhão. Mas afinal para que quer ele construir um pavilhão se quer acabar com as modalidades.
   Por fim e para não alongar muito mais o texto, porque exemplos destes, infelizmente, não faltam, basta reparar na foto que ilustra este post. A gestão de Emilio Macedo têm sido tão eficaz que chagámos ao cúmulo de a comunicação social quase acertar no nome do Vitória.
   Já chega de quases. Não quero ver mais um quase Vitória, quero ver um Vitória forte, respeitado, competente, capaz e vitorioso. Está na hora de dizer-mos basta, está na hora de destituir-mos esta direcção e devolver o Vitória a um caminho com futuro. Porque um Quase Presidente não é, não foi, nem nunca será capaz de transformar o Vitória no grande clube com que todos sonhamos.

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