sábado, 20 de agosto de 2011

Porquê


   Esta é a pergunta que me ficou depois deste jogo. Porquê? Porque é que o João Paulo teve uma atitude tão imatura? Não consigo entender, o jogo estava a correr bem, a equipa estava bem e o João Paulo estava a fazer mais um grande jogo e de repente deitou-se tudo a perder.
   Infelizmente esta não é a minha única interrogação neste jogo. Há várias coisas que não consegui entender. Não entendei porque saiu o Barrientos ao intervalo, não entendi como pôde o Alex jogar os 90 minutos ou como foi possível voltar a sofrer um golo ao segundo poste de cabeça, uma fotócopia do golo do Rolando na Supertaça, mas afinal não se aprende nada de uns jogos para os outros?
   Inicialmente gostei da equipa do Vitória, entrou bem, jogou o jogo pelo jogo e olhou o Atlético nos olhos. Fizemos uma boa entrada, criamos bons lances e demonstrámos alguma solidez defensiva. Mas infelizmene houve dois jogadores que estiveram claramente abaixo da qualidade evidênciada pela restante euipa, o Alex e o Paulo Sérgio. O Alex foi uma vez mais o pior jogador em campo, têm clara responsabilidade no primeiro golo, pois toda a defesa estava em linha menos o Alex que estava fora da posição, deixando o avançado do Atlético completamente a vontade para fazer o golo. Mas não ficou por aqui a sua péssima exibição, raramente foi capaz de recuperar ou cortar uma bola, a nível ofensivo esteve pouco participativo e quando era necessário recuperar em velocidade nunca chegava a tempo. Um autêntico desespero e o mais grave é que já não é a primeira vez, só Manuel Machado parece não ver isso. Também Paulo Sergio fez uma exibição tenebrosa, incapaz de criar desiquilibrios ou linhas de passe para os seus colegas, perdeu frequentemente a posse de bola e a sua intervenção mais notória no jogo foi quando tocou numa bola que Pedro Mendes se preparava para chutar. Só que Paulo Sergio estava em fora de jogo e a jogada foi invalidada. Ou seja dois jogadores que tiveram exibições para esquecer. Felizmente os restantes jogadores fizeram um bom jogo, com especial destaque para o João Paulo, até á expulsão, para o N´Diaye para o Anderson Santana e para o Toscano. Pode por isso dizer-se que quem vir o resultado de 2-0 apenas vê a clara superioridade que o Atlético teve após a expulsão.
   O jogo foi muito bem disputado, o Vitória esteve seguro, personalizado e confiante, apenas a expulsão de João Paulo desequilibrou. Até essa expulsão não seria escândalo nenhum o Vitória trazer de Madrid o empate ou até mesmo a vitória, o jogo estava devidido. Viu-se claramente que este Atlético não é nenhum papão e que não é, enquanto equipa, superior ao Vitória. Mas a verdade é que a expulsão do João Paulo e a falta de sorte complicaram muito a eliminatória. Porque para mim a chave do jogo esteve naqueles dois minutos, que alteraram completamente o jogo. Primeiro o João Paulo que estava a fazer um grande jogo é expulso. Num lance em que concordo que a melhor opção seria mesmo fazer falta e parar ali o ataque do Atlético. Só que quando digo fazer falta, digo empurrar o jogador o fazer uma carga de ombro, nunca uma entrada com aquela agressividade, isso não. Depois no minuto seguinte quis a sorte que a bola do Targino fosse ao poste. Se aquela bola tem entrado as coisas seriam bem diferentes.... Faltou-nos a famosa estrelinha.
   O que não faltou foi, uma vez mais, o impressionante apoio dos vitorianos, eram mais de 900 que foram incansáveis no seu apoio á equipa. Um autêntico espectáculo dentro do espectáculo. Pena que uma vez mais o regresso tenha sido tão doloroso. Uma vez mais foram muitas horas de estrada, passadas em silêncio, com rostos carregados, com o orgulho ferido e com a convicção de que só não ganhamos por culpa própria. Começa a ser um triste hábito regressar a casa sem motivos para festejar, sem alegrias, sem bons resultados, sempre com derrotas e sempre convictos de que muitos erros foram cometidos para que o resultado fosse assim. Foi duro pensar, no final do jogo, que aquele seria um regresso a casa como o vivido em Setúbal na meia final da taça, ou em Portsmouth, ou em Basileia, ou no Jamor ou na Supertaça. São demasiadas deslocações frustradas, demasiados desgostos. Começa a ser penoso acompanhar o Vitória, pois a nossa ilusão e a nossa crença em bons resultados nunca é correspondida. Note-se que a última vez que os vitorianos puderam festejar fora de casa foi em Coimbra e nem ai festejaram uma vitória, até nesse jogo festejamos um misero 0-0, porque nem à Académica o Vitória conseguiu ganhar. Muito mau para um clube tão grande como o Vitória. Está na hora de querermos mais de exigirmos mais de termos mais ambição. De todas as deslocações que referi apenas não fui ao Portsmouth e não quero continuar assim, não quero ter mais regressos como o desta quinta-feira. Quero poder festejar poder regressar com alegria e com orgulho no Vitória. Mas para isso temos de ser mais exigentes e não podemos admitir que brinquem com o Vitória ou que sejam amadores, porque nós não somos amadores na hora de apoiar a equipa.
   Verdadeiramente insólito, não pude acreditar no que vi já depois do final do jogo. Quando já apenas os adeptos vitorianos estavam no Vicente Calderon, a aguardar por ordens políciais para sair, surgiu no relvado o Tony, surpreendentemente para realizar exercicios de aquecimento. Acompanhado pelo preparador físico Tony esteve uns 20 minutos a correr a volta do relvado. Algo que não consigo compreender, afinal não foi utilizado durante o jogo, porque esteve ele ali a correr? A verdade é que esta foi apenas mais uma prova de que muita coisa tem que mudar no Vitória. Para mim as coisas são já bastante claras, tanto Manuel Machado como Emilio Macedo já deram o que tinham a dar ao Vitória. Agora está na hora de sairem e darem lugar a quem realmente entenda o Vitória e possa levá-lo para um outro patamar de competência, ambição e profissionalismo. Neste momento quer Manuel Machado quer Emilio Macedo são apenas prejudiciais para o Vitória, pois estão a atrasar e comprometer o seu crescimento.

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